língua nova
para Luis Turiba e Marisa Vieira
a nova língua
língua nova
escorre por céus de boca
saliva nativa
e ninguém com(prova)
minha pele roça tua pele
flor de manga me sangra
folhas moras pelo chão
pedra que ronca
mal secreto
meu poema linha curva
nunca reto
me desculpe fernando pessoa
sou argamassa do concreto
me segura criatura
que vou ter um troço
quando li wally salomão
juro que também posso
Artur Fulinaima
SubVersão Poética
www.arturkabrunco.blogspot.com
Hoje estava lendo Magma o belo livro de poemas de Olga Savary e me lembrei de um poema que escrevi ainda menina quando morava em Guarapari.
Mar
de onde vens
e para onde vais
se as ondas
não param de ir
e vir
muitas vezes me trazem
coisas misteriosas
conchas que não sei
o que tem dentro
noutras apenas joga sal
em minhas coxas
e lambe entre minhas pernas
o que ainda não decifro
não sei o que Clarice
iria pensar se lesse isso
mas Jaguar tenho certeza
vai s sentir o macho
que Olga costuma apelidar de Mar
Rúbia Querubim
antigamente escrevia com lápis depois caneta logo depois máquina de datilografia aí veio o ginásio indústria e comecei a escrever na linotipo na oficina de tipografia meus primeiros poemas foram publicados tipograficamente impressos na própria oficina onde aprendi a ser linotipista coisa que essa nova geração já perdeu de vista
Artur Gomes Fulinaíma
www.personasarturianas.blogspot.com
A CarNAvalha em
são luis do paraitinga
certa vez foi ao carnaval
de são luis do paraitinga
queria conhecer o povo caiçara
ver os folguedos de artifícios
no jogo do baralho
do batman com o coringa
mas o dilúvio nos aterrou na estrada
só chegamos em profunda madrugada
nem ás de copas
muito menos ás espadas
em nossa bagagem só cerveja
era o que restava
no culler da Federika
a mulher mais rica do bordel
da boemia
muito mais até que a Diva
a maior puta do país
o curral das éguas da planície
montanhosa em são luis
na madrugada iluminada
e como se diz lá nas quebradas
agora não se fala mais
agora não se fala nada
Federico Baudelaire
Subversão PoÉtica
www.personasarturianas.blogspot.com
canção de um realejo solitário
para Artur Fulinaíma
“ainda tenho o teu perfume
pela casa
ainda tem você na sala
porque meu o coração dispara
quando sinto teu cheiro
dentro de um livro
dentro da noite veloz”
meu coração dispara
quando abro a porta
e não te vejo
na vertigem do dia
canção de um realejo solitário
quando não te beijo
eu imenso mar sozinha
como um peixe afogado em águas
de delírio e sal
Rúbia Querubim
Obs.: versos entre aspas Adriana Calcanhoto que me acompanhou ontem a noite inteira em minha solidão
www.personasarturianas.blogspot.com
descaminhos
para Rúbia Querubim
quando te procuro
e não encontro
ando tanto tanto tanto
chego a gastar os tutanos
nos descaminhos
desse enredo
mas por enquanto
vou te amar assim
em segredo
Artur Fulinaíma
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