terça-feira, 15 de março de 2022

Antigamente escrevia à lápis

  

antigamente escrevia com lápis depois caneta logo depois máquina de datilografia aí veio o ginásio industrial e comecei a escrever na linotipo na oficina de tipografia meus primeiros poemas foram publicados tipograficamente impressos na própria oficina onde aprendi a ser linotipista coisa que essa nova geração já perdeu de vista

 

Artur Gomes Fulinaíma

www.personasarturianas.blogspot.com



A CarNAvalha em

são luis do paraitinga

 

certa vez foi ao carnaval

de são luis do paraitinga

queria conhecer o povo caiçara

ver os folguedos de artifícios

no jogo do baralho

do batman com o coringa

mas o dilúvio nos aterrou na estrada

só chegamos em profunda madrugada

nem ás de copas

muito menos ás espadas

em nossa bagagem só cerveja

era o que restava

no culler da Federika

a mulher mais rica do bordel

da boemia

muito mais até que a Diva

a maior puta do país

o curral das éguas da planície

montanhosa em são luis

na madrugada iluminada

 

e como se diz lá nas quebradas

 

agora não se fala mais

agora não se fala nada

 

Federico Baudelaire

Subversão PoÉtica

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 canção de um realejo solitário

para Artur Fulinaíma

 

“ainda tenho o teu perfume

pela casa

ainda tem você na sala

porque meu o coração dispara

quando sinto teu cheiro

dentro de um  livro

dentro da noite veloz”

 

meu coração dispara

quando abro a porta

e não te vejo

na vertigem do dia

canção de um realejo solitário

quando não te beijo

eu imenso mar sozinha

como um peixe afogado em águas

de delírio e sal

Rúbia Querubim

Obs.: versos entre aspas Adriana Calcanhoto que me acompanhou ontem a noite inteira em minha solidão

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descaminhos

para Rúbia Querubim

 

quando te procuro

 não encontro

ando tanto tanto tanto

chego a gastar os tutanos

nos descaminhos

desse enredo

 

mas por enquanto

vou te amar assim

em segredo

 

Artur Fulinaíma

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