terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

travessuras baudeléricas


nos currais dos mares salgados


                                pohermeto oswaldiano

que a cia das letras ainda não publicou

 

pedaladas ao mar

 quando invento

pema  balançando

 ao sabor do vento

 

as mambucabas

quando chegaram em santa clara

traziam pimentas caiçara

conchas vermelhas de Ubatuba

salsinhas de Itaquatiara

miçangas azuis de São Luiz do Paraitinga

trilhas da serra  de Paranapiacaba  

muitas garrafas de pinga

para as mesas do interventor

Godot não perdia tempo

metia a boca na moringa

pensando que era um coringa 

dos bailes do Imperador 

ira tomar banho em   Guaxindiba 

enrolado nos trapos  do enxugador

 

Federico Baudelaire

www.fulinaimicamente.blogspot.com



faroeste lamparão

para torquato neto – in memória

 

“agora não se fala mais

agora não se fala nada

 

quando saí de casa

ia dar um tiro na cara do delegado

mas estava desarmado

estão me colocando em histórias

dos tempos do não sei onde

como se eu durando kid

comesse a filha do conde

nunca comi amarela

em cinema mexicano

muito menos a ruiva

do faroeste americano

disseram que eu tive caso de amor

que se tornou pernambucano

quando encontrei o poeta

no trailer do Ricardinho

foi me falando de mansinho

como se trampa uma batalha

pra não cair na armadilha

     da grana palavra cilada

 

agora não se fala mais

agora não se fala nada

 

Godot da Muritiba

leia mais em

www.fulinaimagens.blogspot.com





 

federika com seus mistérios

molha meu cio em silêncio

 

corisco risca a faca na pedra

mas federika não medra

desafia o dito cujo

a ser maior que a morte

escrever poema sujo

e ser melhor do que fedra

 

quando  desgarrou da tribo dos goytazes

e foi parar em Itabuna

o corpo mais leve que pluma

em pleno ar levitava

quebrou  a faca do corisco

enquanto nos ares voava

 

cansada da preguiça baiana

picou a mula pra recife

praia da boa viagem

com gana de vida feroz

se dentro da noite é veloz

no olho do dia é voragem

 

com seus cardápios de arte

enfeitiçou  pernambucos

grafites por toda parte

por bares e restaurantes

grafitando seus   guardanapos

com grande  voracidade

 

eleita musa da praia

descobriu cedo na tarde

que tudo que arde cura

o que aperta segura

na premar quando agita

se é amor geme e grita

mesmo não sendo loucura

 

relembro que anos passados

antes dos dezessete

ela se misturou ao campistês

nos corredores do cefet

teve aula de português

com o poeta da quadrilha

que levava um boi pintadinho

nas fulinaimargens da trilha

 

federika amava federico

que amava boudelaire

que amava euGênio mallarmè

que amava lady gumes

que amava pastor de andrade

que amava serAfim

que amava rúbia querubim

dos cabelos negros como corvo

que foi morar em iriri

depois do amor o  estorvo

 

em recife montou seu reinado

e alimentou a matilha

de boêmios embriagados

nas noites das sapatilhas

com frevo maluco rasgado

pensando sonhar  em sevilha 

 

hoje nesse recife distante

 rio que nos separa

como palavra cilada

como poema armadilha

 

e nunca contou para a filha

tudo o que  em segredo

 já contou  para o mar  

e pras algas sal gadas da ilha

 

Artur Gomes

Poéticas ArturiAnas

www.arturkabrunco.blogspot.com



 

 O Homem  Com A Flor Na Boca

www.arturfulinaima.blogspot.com

Federico pensou Iracema

com seus grandes vestidos folgados

como a grande ninfeta Iolanda

trajada em vestes de penas

nos bailes do império em Luanda

 

nas barras das saias da fama

ele então grafitou grumixama

palavra que ouviu numa cena

na língua da formosa dama

no teatro da rua ipanema  

nos bordeís de copacabana

 

os cogumelos de Santa Cecília

nas barras incandescentes da cama

pornofônicas palavras fonemas

pitanga urucum colorau açucena

com os caldos da salsaparrilha

qualquer  grande orgia    é pequena

 

Artur Gomes Fulinaíma

www.fulinaimicamente.blogspot.com


 

 O Homem  Com A Flor Na Boca

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