ah! esse azul
de mar constante
e tu agora tão distante
o meu recife chora
saio por esta porta
por onde tu
foste embora
vou nessa barcarola
sangrar até quando
nem sei quanto
comer o sal lamber o vento
nem mesmo
as lágrimas
aplacarão meu canto
Federika Lispector
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angélica
barcos navios no teu corpo
os peixes brincam no teu cio
nus teus seios minhas mãos
quando estás nua o mar
reviravolta preamar arrebenta
espuma esperma semeia
pele pluma branca na areia
sementes letra por letra
até mesmo lua cheia
se atiça em céus de boca
quando grafito corpo despido
foste a minha primeira sereia
Artur Fulinaíma
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barcos te levaram
navios não trouxeram
santo andré quase dezembro
carneiro leão 22 28 anos depois
adele permanece como quem não foi
o gosto do omelete ainda na boca
vinho tinto seco a carne branca
sob a luz da lua frente a janela
no chão a nossa cama
antes da virada sol nasceu
um novo dia
EuGênio Mallarmè
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tão distante teresina
me lembro da cajuína
saudade da faustina
que conheci no carnaval
da mostra visual de poesia
brasileira
tinha carlos careqa
jormmad muniz de brito
rubervam du nascimento
o verbo então carnal
argamassa no cimento
mas a carne tão macia
viva crua quase nua
acenderam a luz no apartamento
Artur Gomes Fulinaíma
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quando a distância me ataca
contraataco com os dados
nada melhor que um lance de dedos
nesta hora exata em que não estás
mas ao mesmo tempo
como se estivesse
naquele pé de laranja cravo
chupando umas e outras
e as folhas nos servindo
o verde água de algum mar
espuma por onde mergulhamos
Federico Baudelaire
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agora que eu quero tanto
e esta distância geográfica
quase me enlouquece
agora que eu quero tanto
e essa distância não permite
corpo a corpo esquece
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quando tinha 15 anos
ele me pegou de jeito
me beijou os peito
me mostrou a coisa
nunca mais quis saber de outra coisa
Gigi Mocidade
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