sábado, 9 de março de 2024

íris


Íris

Este útero florido de rosas
Minhas mãos erguidas em catadupa de silêncios
O rasgo abrupto do destino estilhaçando
Denúncias em espera
Nos parapeitos da angústia
Transbordante deste chicotear constante
Onde me dás a beber licor.

E teus olhos intactos
Onde bebi goteiras de mar
Em minha íris rasgada
Beijada por feras
Roleta russa alucinante,
Escarlate onde perdi
A essência das rosas,
Onde me roubaram o negro
Das pérolas.

(Já perdi a noção do que é 'ser-se'
tendo a plena consciência neste momento
em que escrevo
de não 'ser' coisa nenhuma).

Adeus, meu amor.

Célia Moura, a publicar

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Irina Amaralina Severina Serafina Serafim

  Irina   mulher de Amaralina  mexe tudo dentro de mim   muito mais que Severina muito mais que Cabralina muito mais que Severina muito mais...