ouvindo música pra remédio
quando se trata de metáforas
mar/cabea invade a meta do poema
afora
e se esconde atrás do personagem
trancada no sub-inconsciente
semi-morta pra toda fauna toda flora
na moralidade mata o que o corpo sente
deixa a carne apodrecer ao sol
da mordacidade
entre hóstias e cultos anti-bíblicos
castrada de toda e qualquer sexualidade
prende o gozo na boca
quando se masturba mentalmente
ouvindo música pra remédio
travestida em todo tédio
que o histerismo a converteu
Federika Lispector
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