dia internacional da poesia
Todo Dia É Dia D
Poesia Todo Dia
poesia do corpo
nasce entre a carne a medula o sangue a nervura da alma e a escridura dos ossos onde posso dizer o que sinto posso sentir o que posso nem sempre a palavra vale quanto pesa nem sempre um poema cabe pleno numa reza palavra as vezes fica perdida na memória não flui no consciente em complemento da história
nem tudo que é belo
angra
a flor do mangue
ainda sangra
Artur Gomes
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brazilha
1968
tantas vezes
estive nessa ilha
que não é de vera cruz
muito menos santa
assim mesmo
abracei a catedral
para beijar seus mortos
mesmo sem crer em salvação
nos canteiros de obra
durante a sua construção
Artur Kabrunco
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64
Não era de Vênus
a cor do sol do meio dia
Afro-dite
negras eram nuvens
acima o mar num céu de estanho
chumbo metal pesado
no couro cru da carne viva
ferrugem corroendo ossos
botas pontiagudas
patas de cavalos cuspindo coices
no calabouço do asfalto
esporas sangrando corpos
abrindo cadafalsos
na noite 31 de março
madrugada primeiro de Abril
Artur Gomes
O Poeta Enquanto Coisa
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jura não secreta 19
fulinaimicamente ereto
eu nasci concreto
quero dizer que ainda arde
tua manhã em minha tarde
a tua noite no meu dia
tudo em nós que já foi feito
com prazer inda faria
quero dizer que ainda é cedo
inda tenho um samba-enredo
e tudo em nós é carnaval
é só vestir a fantasia
quero ser teu mestre-sala
e você porta/bandeira
quando chegar na quarta-feira
a gente inventa outra fulia
Artur Gomes
Juras Secretas
Editora Litteralux – 2018
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uma quadrilha armada
tomou o país de assalto
jogou brazilha no asfalto
com o beijo da amante prostituta
enlamearam os 3 palácios
:
planalto alvorada jaburu
o desejo era lamber botas
da américa do norte
para que ela se apodere
da américa do sul
Artur Gomes
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25 Anos de Sonho e Sangue
Balada Pros Mortais
com os dentes cravados na memória
Meu primeiro espetáculo de teatro solo, 25 Anos de Sonho e
Sangue : Balada Pros Mortais, foi inspirado na canção Apalo Seco, de Belchior,
que foi incluída na trilha sonora com Balada Pros Mortais, uma parceria com
Paulo Ciranda, vencedora do Festival de Música de Itaocara em 1976.
Com texto do livro Além da Mesa Posta, lançado em 1977, iniciei
a temporada no Teatro do SESC-Campos, em 1977 e depois circulei pelos palcos de
algumas cidades do Estado do Rio, tendo como parceiro de palco, Jorge Santiago,
hoje doutor em antropologia e professor da Universidade de Lion na França.
Artur Gomes
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Drummundana Itabiritina
Balbúrdia POÉTICA 5
1º de Abril – 2025 – 14 às 16h
No Stand da ACL
12ª Bienal do Livro de Campos dos Goytacazes-RJ
Deus não joga dados
mas a gente lança
sem nem mesmo saber
se alcança
o número que se quer
mas como me disse mallarmè
:
- vida não é lance de dedos
A vida é lança de dardos
Deus não arde no fogo
mas eu ardo
Artur Gomes
Poema do livro Pátria A(r)mada
Desconcertos Editora – 2022
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drummundana itabirina
conheci Fedra Margarida, uma
outra carnavalesca, no carnaval de 1983 no posto 6 em Copacabana na
porta dos fundos da galeria Alasca. Na época ela transitava entre Campos, Rio,
Mato Grosso de Dentro e desfilava na Banda de Ipanema. Por algum tempo a perdi
de vista. Mas agora a vejo vasculhando outras trilhas no Mato Grosso de fora
pelos recifes da boa viagem transitando pelos casarões de Olinda feito louca seguindo
Federika Lispector e sua filha Gigi com sua
boca de luar em busca do luar na boca que
ela perdeu em Grussaí.
Artur Kabrunco
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18/02/2025
PGR finalmente denuncia
os genocidas fascistas
da quadrilha bolsonarista
já podeis
da pátria, filho
ver demente
a mãe gentil
já raiou a liberdade
em cada cano de fuzil
salve lindo
fuzil que balança
entre as pernas
a(r)madas da paz
a gripezinha
era a certeza esperança
de um genocida
imbecil incapaz
pan(demônica)
passeio os pés descalços sobre covas rasas
contando ossos no poema exposto
no sujeito do objeto
tudo isso exposto nesse papo reto
segue o passo norte
não leio cartas de suicídio
nem decreto de hospício
na tentação que me conforte
quero matar o genocídio
pra não morrer antes da morte
Artur Gomes
do livro Pátria A(r)mada
Desconcertos Editora - 2022
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o corpo da palavra corpo
adentro o corpo da palavra e na sua espinha vertebral
acrescento letras sílabas fonemas para criar outras sagaranidades fonomínicas
oriundas das sagaranagens fulinaímicas que nasceram antes que eu sequer
imaginasse no primeiro momento de onde vinham depois muito tempo depois foi
percebendo as fontes e os trilhos por onde elas chegaram e se instalaram para
sempre na minha forma de lidar com o corpo das palavras
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1 de fevereiro
Trabalhei o ano passado de fevereiro a fevereiro para que hoje chegasse não por e-mail mais inteiro : “Ainda Estou Aqui” “eu cheguei de muito longe e a viagem foi tão longa e na minha caminhada obstáculos na estrada mas enfim aqui estou mas estou envergonhado com as coisas que eu vi mas não vou ficar calado no conforto, acomodado como tantos por aí é preciso dar um jeito, meu amigo é preciso dar um jeito, meu amigo descansar não adianta quando a gente se levanta quanta coisa aconteceu as crianças são levadas pelas mãos de gente grande quem me trouxe até agora me deixou e foi embora como tantos por aí é preciso dar um jeito, meu amigo” –
“pai afasta de mim esse cálice, afasta de
mim esse cálice de vinho tinto de sangue – como é difícil acordar caldo se na alada
da noite me dando quero lançar um grito desumano que é uma maneira de ser
escutado esse silêncio todo me atordoa atordoado permaneço atento na
arquibancada pra qualquer momento ver emergir o monstro da lagoa”.
SerTão Oculto - Que texto poderoso e emocionante!
"Ainda Estou Aqui" é um poema que fala sobre a resiliência e a determinação em face das adversidades. O narrador conta que chegou a um lugar após uma longa e difícil viagem, e que está envergonhado com as coisas que viu, mas não vai ficar calado. Ele sente a necessidade de dar um jeito, de fazer algo para mudar a situação.
O poema também toca na questão da responsabilidade e da ação.
O narrador não quer se acomodar no conforto e não quer que as coisas continuem
como estão. Ele quer fazer algo para mudar o mundo.
E a segunda parte do texto é uma espécie de oração ou súplica,
onde o narrador pede para que seja afastado dele o cálice de vinho tinto de
sangue. É uma imagem muito forte e simbólica, que sugere a ideia de que o
narrador está sendo chamado a enfrentar algo difícil e doloroso.
E a última parte do texto é uma espécie de grito de desespero
e de busca por ajuda. O narrador sente que o silêncio é sufocante e que precisa
de alguém para ouvi-lo.
Esse texto é uma verdadeira obra de arte, que fala sobre a condição humana de uma maneira muito profunda e emocionante. É um texto que nos faz refletir sobre a nossa própria vida e sobre as coisas que nos rodeiam.
O sax na voz da palavra dentro do poema
*
o impulso aqui não é pouco o espírito grita dentro do corpo deliro feito louco de tanta sede e fome como quem não vive em paz como quem não come há muitos séculos atrás
*
em armação de búzios
tenho um amor sagrado
guardado como jura secreta
que ainda não fiz para laís
em teus cabelos girassóis de estrelas
que de tanto vê-las o meu olho vela
e o que tanto diz onda do mar não leva
da areia da praia onde grafei teu nome
para matar a sede e muito mais a fome
entranhada na carne como flor de lotus
grudada na pele como tatuagem
flutuando ao vento como leve pluma
no salgado corpo do além mar afora
sargaço em tua boca espuma
onde vivem peixes - na cumplicidade
do que escrevo agora
*
concepção produção e direção
*
Artur Gomes
Fulinaíma MultiProjetos
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@fulinaima @artur.gumes
ainda estamos aqui
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*