“Muitas vezes, o amado é apenas um estímulo para todo o amor armazenado,
que estava, desde há muito tempo e até então, sereno dentro do amante. E, de
alguma forma, o amante sabe-o. Sente na alma que o amor é uma coisa solitária.
Começa a conhecer uma nova e estranha solidão e é esse conhecimento que o faz
sofrer. Portanto, há apenas uma coisa que o amante pode fazer. Deve abrigar o
seu amor dentro de si o melhor que possa; deve criar para si um mundo interior
totalmente novo — um mundo intenso e estranho, completo dentro de si mesmo.”
.
CARSON
MCCULLERS (19 de Fevereiro de 1917 – 29 de Setembro de 1967), escritora
norte-americana, em excerto que traduzimos do original inglês de “A Balada do
Café Triste”.
Daniela Pace
Devisate – Alcateia
São 13 anos de Patuá, gente! E vai ter festa, muitas! Não poderei ir à
comemoração em São Paulo no dia 24/02, mas meu livro estará por lá. Então, povo
de Sampa que ainda não tem meu “A forma fugaz das mãos”, agora é o momento!
Mas no dia 16/03, a festa será aqui no Rio. Aí,
sim, estarei com abraços a postos e livros disponíveis. Então, enquanto março
não chega, simbora pra Sampa. Catem meus livros por lá!
que é a pele senão a mordaça do
sangue
a sonegação do grito enquanto
saboreiam
ao relento o orgasmo gástrico da
fome?
que é a pele senão um rótulo fajuto
que se reparte
em afazeres como se o mundo não
passasse
de uma imensa casa encerada e
concluída?
rasga esse traje delicado que te
embaça
e que o sangue escancare toda a
acústica
que a custo esteve presa:
siga o mapa das cicatrizes
e encontrarás o homem
Liquidez
“ Tenho algo a dizer que digo a mim próprio.” (Federico
García Lorca)
O sal da boca adoça a partida desesperada
Nada dobra a esquina ou consegue vergar a montanha inexpressiva
Os automóveis velejam como náufragos na morte do relâmpago.
O céu olha para cima
a terra fecha-se em
musgos incomunicáveis
Os moinhos viraram
torres imensas
favorecendo trilhões de comunicações liquefeitas
O que se lê, esvai-se, flagela-se
A hora torna-se inútil
O gato aperfeiçoa o pulo
e o homem cai de si mesmo
O medo corrói a pele e a expressão da dor
a velocidade transcende ao holocausto das coisas simples
A vida derrama-se, espalma-se no espanto do nada.
Eu me declaro aos silêncios impotentes.
Eurídice
Hespanhol
*
Urban Sketchers é um movimento
internacional iniciado em 2007 na cidade de Seattle-USA, voltado para pessoas
que gostam de desenhar a cidade onde vivem ou visitam. São desenhos realizados
no local por observação direta, e são um registro do tempo e do lugar.
Atualmente existem grupos de Urban Sketchers em cidades por todo o mundo. O
grupo Urban Sketchers Campos dos Goytacazes realizou o primeiro encontro no dia
20/Out/2018 na Praça São Salvador. Depois foram feitos encontros em vários
locais da cidade, como Jardim São Benedito, Igreja da Lapa, Museu Histórico de
Campos, Jardim do Liceu, Usina do Queimado, Faculdade de Medicina de Campos –
FMC, Colégio Auxiliadora, Lagoa do Vigário, Villa Maria, Ao Livro Verde, Teatro
Trianon. Em junho de 2019 o grupo participou do IV Encontro Urban Sketchers
Brasil em Ouro Preto, e em 2022 participou do V Encontro Urban Sketchers Brasil
no Rio de Janeiro, participando das exposições coletivas dos eventos. Em Campos
o grupo realizou exposições no Museu Histórico de Campos, Faculdade de Medicina
– FMC e Villa Maria. O grupo é formado por arquitetos, artistas, designers,
estudantes e pessoas que simplesmente gostam de desenhar no local.
Ronaldo Araújo - coordenador do grupo
leia mais no blog https://fulinaimagens.blogspot.com/
*
acabou a festa
poesia é o que resta
quando nada mais resta
garbo gomes
Arte:
Nu
Edward Weston
( 1936 )
— em União da Vitória
*
SOL DE
CARNAVAL
Luis Turiba
a chama flama
quase brasa
não mais possível
queimar a mufa
sem cair na farra
nada afaga
nem a chuva
dar um tchibuns
em blocos cordões
charangas bandas
fanfarras
multidões travessas
cruzas urbanas
homens em seus leques
pileques, mo-lekes
salamaleques
piratas pirados
meninas arrastam
suas meias arrastadas
seus biquinis de brilhos
fora dos trilhos
ressaltam nádegas
arredondadas em
bundas empinadas
no meio do redemunho
manobras danças coletivas
extraordinários desacatos
pulsações carnais
na roda, um senhor
de setenta ou mais
ah!
sou um periférico
de estrutura férrea
perdido entre pingos
suores e água fresca
na nuca abrupta suada
o calor derrete a moringa
líquido ferve em frevos
o suor do sol da sede
não bebo cervejas
as juntas se juntam
e juntas, venceremos!
embalar as crias
em voos que zarpam
raspando o lado
precipício da corcunda
do Corcovado ao Pão
de Açúcar
d’onde ouvimos o coro
doce-inocente do samba
modernista do Oswald
na voz tropicalista de
Caetano
“no Pão de Açúcar
de cada dia
dai-nos Senhor
a poesia de cada dia
...no Pão de Açúcar.....
Glória,
16.02.024
*
Leia mais no blog https://arturgumesfulinaima.blogspot.com/
*
Luis Turibavem do fermento poético-cultural que formou no Brasil a partir de 1968.
A barra pesou e nossa geração respondeu com pedras, tiros,
poemas ao som de canções tropicalistas e filmes de Glauber Rocha.
Luis
Turiba vem dessa juventude que foi as ruas e inventou um novo tipo
de fazer Poesia.
Até que fundou a revista Bric a Brac em Brasília junto com Antonio Risério, João Borges, Lucia Leão,
Resa e Augusto de Campos. Na virada do século voltou a ocupar seu lugar
entre os poetas de sua geração no Rio, publicando tres livros pelo 7 Letras.
Agora, escreve ha mais de ano o livro autobiográfico “Viva Zé Pereira - Aventuras e
Desventuras de uma geração, planejado para sair em 2025.
Luis
Turiba trabalhou com Gilberto
Gil por 4 anos na re-fundação do Ministério da Cultura cujo programa
principal foram os “Pontos de Cultura”
implantados no Brasil por intermédio da política fo Don In Antropológico.
*